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Uma Visão Realista do Vampirismo

Inkubus King

Espiritualidade Predatória

Desapego é a primeira lei dentro da senda. O vampiro deve começar a se programar, quando ele ver que está dependendo de outro, ele deve se questionar. Só quando ele perceber que Caminha Só, ele começa realmente a caminhar na senda. Isto não significa recluso social, muito pelo contrario significa viver uma vida social intensa mantendo-se a margem, sempre em mente que, ‘estar com eles, não significa se misturar’.

O ser humano tende a se apegar a dores, á problemas, que não são dele. Ele tende á se fundir com tudo que na verdade, é separado dele. Ele se envolve emocionalmente em tudo. Isso o cega. Isso o prejudica. Isso é tolice.

Diante de qualquer desafio ou questão, o vampiro, primeiro se retira dela; ele procura usar a lógica extrema ao invés de uma atitude emocional. O maior problema do ser humano é sentir quando deve pensar, e pensar quando deve sentir. A sociedade humana cercada de valores

contraditórios, de receio e fraqueza é o tabuleiro do vampiro. Distanciar-se, desapegar-se disto, o faz ver as coisas como são, é um habito que aos poucos se integra em sua mente.

Tudo é habito. Tudo é pratica. Tudo muda.

Essas três máximas devem ser presentes na mente de qualquer vampiro. Ter noção de que tudo o que você é, o que as pessoas são, como você é com elas, e como elas são com você, é uma questão de habito. E hábitos podem mudar. Tudo pode mudar.

O vampiro é consciente de que é um animal, e como qualquer animal ele é domesticado – por si próprio. O vampiro é a mente. O vampiro é astral. Um dos símbolos comuns ao vampirismo é de um crânio, com ou sem asas. Isto deixa claro, que o vampiro é a consciência, seja ela se projetando astralmente (voando) ou não.

Outro ponto que vale destacar, é a paciência. O vampiro como um ser astral tem ciência de que o tempo e o espaço são ilusões físicas, e que para a consciência, não existem. A consciência transcende esses conceitos. Mas a matéria não – e tudo na matéria tem o seu tempo.

A paciência é algo a ser cultivado por um vampiro. Para um imortal, ela é vital. Diferente do astral, aqui, cada semente leva seu tempo para germinar. O Vampiro deve manter isso claro, ao realizar alguma mágica, ou tomar qualquer atitude. Uma peça ele move, aí o tempo tem a sua vez de mover a peça dele. Aí, nesse jogo ele tem vantagem de ter consciência, e o tempo, visto como o fator externo, não.

Pare e respire fundo. Tudo muda, mas ainda tem seu tempo para mudar. Assim como o casulo de uma borboleta, não é de um dia para o outro, qualquer atitude voltada para modificar uma pessoa, levará um tempo, por vezes indeterminado. O ato de planejar, de se centrar é fundamental.

O Vampirismo é uma metamorfose do Ser. E toda metamorfose é feita pelo tempo. Ele te dá outra perspectiva de tempo e espaço, vida e morte, sociedade, do Eu, do universo em si. Tudo isso é agregado à consciência aos poucos, é um processo lento, porem magnífico.

O Culto á Dor, é amplamente aceito pela maior parte dos humanos. Sentimentos como depressão, tristeza, fraqueza, vulnerabilidade, são quase deificados pela humanidade. A ausência de vontade, de força dela, é quase uma lei.

Isto deve continuar. Como vampiro, a fraqueza alheia é sua força. A fraqueza alheia é aquilo que devemos perceber e corrigir em nós mesmos. A busca pela perfeição pode ser utópica, mas de uma coisa estamos certos – se não ficarmos perfeitos, chegaremos o mais próximo disso. Como um vampiro, você tem que aprender a tirar vantagem da fraqueza humana, porque ela é a fonte de tudo – de muitas chances na vida material, e em certos pontos na astral também. De um modo ou de outro, o fato de estender o significado de predador de humanos, de apenas a drenagem de força vital, para ser um ser, uma parte de si. A manipulação psicológica é natural, e muito, simples até. Basta observar o rebanho.

Tendo consciência de que você não é um ser feito, mas um ser que pode ser alterado o tempo todo, a flexibilidade vai te dar um ponto á mais em cada ação sua.

Outra vez, citando Bruce Lee: “Não se coloque dentro de uma forma, se adapte e construa sua própria, e deixa-a expandir, como a água [...] Se colocarmos a água num copo, ela se torna o copo; se você colocar água numa garrafa ela se torna a garrafa [...]. Água pode fluir ou pode colidir.” Não há maior pratica vampirica que essa – saber se por, se formar, para mudar as coisas. Para causar uma mudança numa situação, devemos de inicio, conhecer a situação como um todo, para depois alterá-la, seja qual instrumento for utilizar. Consciente de que muitas vezes, as pessoas usam força demais, para algo que necessita de pouco esforço, o vampiro deve medir o quão pesado é o obstáculo que irá ultrapassar.

Finalizando, esse texto vampiro deve ter em mente que vive em um mundo humano. Viver em um mundo humano é saber tirar o maior proveito desse mundo, ao mesmo tempo, não se deixar corromper pela humanidade. Humanidade que foi abandonada em prol de algo maior.

Claro que o vampiro deve ter consciência que sempre haverá humanos que se destacarão e que podem ser até louváveis. Mais ainda sim, sofrerão a segunda morte. Ainda sim, são presas. Ainda sim, tem força vital para alimentar você.

Veja Maquiavel, Friedrich Wilhelm Nietzsche, Anton Szandor LaVey, Aleister Crowley, veja a própria história da Igreja Católica Apostólica Romana, de Adolf Hitler, Alexandre o Grande, Jesus o Cristo, tantos outros, sejam pessoas ou não, que, mostraram, liderança, força pessoal, e poder. É isto que você busca. E em tudo há algo para ser retirado. Como vampiro, busque entender cada vez mais da psicologia humana, para transcendê-la, para manipulá-la.

Algumas pessoas terão facilidade para adquirir conceitos aqui apresentados, outros terão maior dificuldade. Tudo depende do potencial Vampírico que habita em você. Tudo, em essência, depende do quanto você quer sair do circulo vicioso humano, e começar a dominar o giro desse circulo.

“O que é bom? Tudo que eleve no homem o sentimento de poder, a vontade de poder, e o próprio poder." - Friedrich Wilhelm Nietzsche

O Culto ao Ego

“Ego (e-go) sm (lat ego) Psicol Experiência que o indivíduo possui de si mesmo, ou concepção que faz de sua personalidade; em psicanálise, apenas a parte da pessoa em contato direto com a realidade, e cujas funções são a comprovação e a aceitação dessa realidade.” (www.dicionarioweb.com.br)

É muito, absolutamente muito fácil, alguém virar para si esse denominar ‘Deus, de um dia para o outro, uma hora para outra Esse é o primeiro passo para muitas outras coisas no caminho. E

como primeiro passo rumo á Mão Esquerda, ultrapassar este passo pode ser um tanto utópico, para alguns.

A Vitória faz um vencedor. O culto faz um Deus. A primeira noção de alguém que quer adorar ao tem próprio ego é saber ‘quem sou’, e ‘o que faço’. É melhor adorar um deus externo, aonde se atribui a ele inúmeras vitorias, que adorar um deificar um fracassado acostumado com o fracasso. A pessoa que adora teu próprio ego tem que ter um motivo para tal. Ela tem que ser, ou ter algo para provar que ela é o seu próprio deus. De nada adianta a sua auto-deificação quando você mesmo, não é nada, não tem nada, e não faz nada.

Aí você cultua um deus fosco, comum á qualquer inútil. Aí você é inútil. É amplamente disseminado dentro do ocultismo, a famosa frase de Aleister Crowley, um Mago Inglês que dedicou sua vida á magia, desmistificação, e sacralização da própria. A frase em questão é “todo homem e toda mulher é uma estrela”. Se partir deste principio, o vampiro vai desejar ser o centro dessa Via Láctea particular. O culto ao ego, em primeiro lugar, sempre foi e sempre será dependente de um fator principal – se para ser um Deus, tenha razões para tal. Ou seja, vença.

O Orgulho genuíno de si próprio vem de atravessar obstáculos e ultrapassar desafios. O melhor desafio não o que a vida coloca, mas sim o que o vampiro coloca para si. Suas metas e o alcance delas serão os troféus que o vampiro terá. Será a real força de seu Ego. A maior parte dos humanos permite que a vida os carregue. Atribuem ao destino, tudo que lhes acontece. Eles não querem pensar, não querem agir, não querem levantar.

O vampiro tem um conceito diferente de tudo, absolutamente tudo isso. Esse agir, esse pensar, esse ir atrás é o vampiro em sua essência. Isso é o que ele quer. Isso é o que ele faz. Isso é o que ele busca em si próprio.

Para poder realmente cultuar seu ego, o vampiro busca que no altar desse seu deus, existam símbolos reais daquilo que esse deus fez e pode fazer. Em essência, o vampiro, não simplesmente adora seu ego, mas forja-o conforme prossegue no caminho. A adoração vem conforme as razões que adquire os milagres feitos de si para si. Esse é o real Culto ao Ego.

O Projeto Sukkubi

“Os sábios-de-sangue são capazes de coletar essa essência do mundo respirando-a” (Vampiros do Oriente, White Wolf)

Por fim, espero ter apresentado uma visão que, sirva como orientação para futuros praticantes. Seja como filosofia de vida, religião, pratica mágica, o que importa é a divulgação e conseqüente colheita de novos membros para ser um de Nós.

Mesmo que de alguma forma seja banalizado, sempre haverá um que se levantará, e praticará realmente o vampirismo.

Bibliografia


Psychic Vampire Codex - Michelle Belanger,

The Vampyre Gate - Michael W.Ford,

Liber Yoshi - Mister Yoshi,

The Sanguine Mass - Ordo Strigoi Vii,

Book of Whamphyri and Shadows - Michael W. Ford

Vampiros - Rituais de Sangue - Marcos Torrigo

Manual Pratico do Vampirismo, Paulo Coelho & Nelson Jr.

Vampiros do Oriente, White Wolf

Nox Umbra, Michael W. Ford

Liber 333, Aleister Crowley

Manual Pratico do Satanista, Morbitvs Vividvs

The Book of Witch Moon, Michael W. Ford

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